Patrcia Hellen Guimares Ramos, me da adolescente de 14 anos que morreu com um tiro no rosto no ltimo dia 12 em Cuiab, afirmou em entrevista ao Fantstico, da Rede Globo, que no acredita na verso dada Polcia Civil pela jovem que fez o disparo.
A entrevista foi ao ar na noite deste domingo (19).
De acordo com as investigaes, o tiro acidental teria sido dado pela melhor amiga da garota, no residencial Alphaville 1. Em depoimento, ela contou que estava indo guardar duas armas no closet, a pedido do pai, o empresrio Marcelo Cestari, quando houve o disparo.
Na reportagem, a me da menor contou, bastante emocionada, como soube que a filha havia morrido. Segundo a mulher, quando a chamaram, as pessoas da casa contaram apenas que a garota tinha sofrido um acidente.
"Quando eu cheguei l, a minha filha estava estirada no cho. E a eu pensei comigo: 'Por que ele estava fazendo massagem cardaca nela, se ele sabia que ela estava morta?' Ela tinha levado um tiro na cabea, no poderia estar viva".
"Ela era uma filha querida, inteligente, e eu tinha muitos planos para ela. Minha filha saiu de casa para fazer um bolo e saiu de l carregada pelo IML. Essa a triste realidade disso".
Patricia falou que sabia que todos na casa da amiga da filha eram praticantes de tiro esportivo, mas desconhecia que Marcelo Cestari tinha um arsenal em sua casa.
"Se soubesse, eu nunca teria deixado a minha filha frequentar a casa deles", afirmou.
A me ainda disse ainda que no acredita que o tiro tenha sido acidental. "Eu no estou desmentindo o depoimento dela. Eu, como me, no entendo de armas. Mas acho isso [o disparo acidental] muito pouco provvel. Como que o disparo aconteceu justo na cabea da minha filha? No poderia ter sido em um brao, em uma perna?".
O delegado Wagner Bassi, da Delegacia Especializada da Criana, tambm foi entrevistado e explicou que esto sendo analisadas a distncia que o tiro foi disparado, a altura e a dinmica do disparo.
"A pistola era modificada, tinha uma alterao para praticantes de campeonatos. Dessa forma, eles tinham mexido no gatilho, e o acionamento dela era um pouco mais mole. A gente agora vai verificar se essas alteraes permitiriam um disparo acidental", disse Bassi, que afirmou ainda que Cestari pode ser indiciado por homicdio culposo (sem inteno de matar) por supostamente ter sido negligente na cautela da arma.
No dia do episdio, ao subir as escadarias da casa, a adolecente contou que estava com o case com as armas procurou pela amiga, que havia subido um pouco antes e estava no banheiro do seu quarto.
Ela relatou ainda que seguiu em direo ao cmodo chamando pela amiga. Ao bater a porta do banheiro, o case ficou em apenas uma mo e quase caiu no cho, deixando as armas expostas.
“Que neste momento, a declarante abaixou para pegar os objetos, tendo empunhado uma das armas com a mo direita e equilibrado a outra com a mo esquerda em cima do case que estava aberto", consta em trecho do depoime.
"Que em decorrncia disso, sentiu um certo desequilbrio ao segurar o case com uma mo, ainda contendo uma arma, e a outra arma na mo direita, gerando o reflexo de colocar uma arma sobre a outra, buscando estabilidade, j em p. Neste momento houve o disparo", revelou.
O pai da jovem chegou a ser preso por posse ilegal de arma, mas pagou fiana de R$ 1 mil e foi liberado. A Justia, no entanto, elevou a fiana para R$ 209 mil.
O caso est sendo investigado pela Delegacia Especializada do Adolescente (DEA) e Delegacia dos Direitos da Criana e do Adolescente de Cuiab (Deddica), em relao s menores, e na 2 Delegacia do Carumb em relao posse ilegal de arma.