A Justia determinou que a bisav acusada de enterrar uma beb indgena viva v a jri popular. A deciso do juiz Conrado Machado Simo, da Primeira Vara Criminal e Cvel de Canarana, a 838 km de Cuiab.
Conforme o Ministrio Pblico Estadual (MPE), Kutsamin Kamayaura enterrou viva a bisneta Analu Paluni Kamayura Trumai no dia 5 de junho de 2018 logo aps o nascimento da criana.
Ainda segundo a denncia, Kutsamin Kamayaura auxiliou no parto de sua neta Maialla Paluni Trumai, de 15 anos de idade. Na oportunidade, ela cortou o cordo umbilical que ligava Analu me, enrolou a vtima Analu Paluni Kamayura Trumai em um pano, enterrando-a no quintal da casa, em uma cova de aproximadamente 50 centmetros. Aps uma denncia annima indicando que a famlia havia enterrado um recm-nascido no quintal da casa, a vtima foi resgatada por policiais militares, com o apoio da Polcia Civil. Todo o resgate foi gravado em imagens de vdeo, momento em que se constatou que a vtima, apesar de enterrada aproximadamente 6 horas, estava viva.
De acordo com o juiz, existem elementos mnimos para sustentao em plenrio da qualificadora do meio cruel, tendo em vista que a vtima foi enterrada viva, incidindo o meio cruel por asfixia. Tambm h elementos mnimos para que a acusao sustente em plenrio a qualificadora do recurso que dificultou a defesa da vtima que, na qualidade de recm-nascida, no possua nenhum meio para se defender.
A criana ficou mais de um ms internada na Santa Casa de Misericrdia em Cuiab.
O resgate
A denncia annima feita polcia na tarde de tera-feira dizia que o beb havia morrido durante o parto e sido enterrado no quintal dessa casa. Com isso, os policiais foram at o local para saber o que tinha acontecido e retirar o corpo e lev-lo ao IML.
polcia, a famlia disse que havia enrolado o corpo da criana em um pano e enterrado em uma cova. Eles indicaram o local onde o corpo estava e os policiais comearam a cavar. Isso por volta de 22h (horrio de Mato Grosso).
Como foi a recuperao
A criana chegou ao hospital de Canarana na noite do dia 5 de junho e recebeu os primeiros atendimentos em uma maca. Ela respirava com muita dificuldade, por isso, o primeiro o foi desobstruir as vias areas.
O nariz e a boca ainda estavam com muita terra e foi preciso fazer a higienizao com gua morna. Em seguida, a criana foi levada para uma incubadora.
Aquecida e com e de oxignio, a recm-nascida foi transferida para a UTI neonatal da Santa casa de Cuiab.
Seis horas enterrada
Segundo a polcia, a criana foi enterrada por volta do meio-dia e a uma denncia foi feita no incio da tarde. A menina s foi resgatada no perodo da noite. Os policiais no imaginavam que ela estivesse viva. Para a surpresa deles, ouviu-se um pequeno choro embaixo da terra.
A bisav assumiu que enterrou a criana e foi presa. Trs dias depois, a av tambm foi detida como suspeita de participao no crime. Ambas alegam que acreditavam que a beb tinha nascido morta. A me – uma adolescente de quinze anos – disse que no sabia que a filha estava viva quando foi enterrada.
