A incontinncia urinria, de grande incidncia na populao brasileira, pode ocorrer em mulheres, homens e crianas. A incontinncia urinria a perda involuntria da urina pela uretra. De acordo com a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), o problema atinge 45% das mulheres e 15% dos homens acima de 40 anos de idade.
O coordenador do Departamento de Disfuno Miccional da SBU, Alexandre Fornari, disse nesta sexta-feira (2) Agncia Brasil que, na incontinncia urinria em geral, a causa mais comum o mau funcionamento da bexiga, chamado bexiga hiperativa.
“ quando a pessoa est parada e, do nada, d uma vontade urgente de urinar. E tem que urinar, seno vaza urina. s vezes, no d tempo e acaba vazando. Pode dar em homens e mulheres e a maior parte das vezes no chega a ser incontinncia; s urgncia urinria.”
Em crianas, a incontinncia mais comum resulta de problemas neurolgicos ou relacionados ao aprendizado da mico, no momento da retirada das fraldas. Nos homens, Fornari afirmou que “quanto mais idoso, mais incontinncia tem”.
O distrbio, geralmente, pode estar relacionado a problemas neurolgicos ou a problemas da prstata, causa mais comum. “Afeta tanto quem faz cirurgia de prstata, como quem no faz. E, s vezes, precisa fazer, justamente para tratar essa incontinncia urinria, porque o fato de a prstata trancar um pouco a sada da urina faz a bexiga funcionar mal e leva incontinncia urinria”, disse o urologista.
Nas mulheres
Nas mulheres, que mais comum, h a incontinncia urinria de esforo. “Quando ela tosse, espirra, levanta peso, perde urina”. O mdico explicou que apesar de normalmente se achar que o maior fator de risco so gestaes e partos, na verdade esse o segundo maior fator de risco.
O primeiro a histria familiar. “Me, tia, irm mais velha que tm perda de urina de esforo acabam sendo o maior fator de risco”. Isso, geralmente, est relacionado a um problema que o esfincter, msculo que fica na sada da urina e que tem que segurar a urina mas que, por algum motivo, no est segurando bem.
“Isso pode ser resultado do envelhecimento, do esforo”. O mais significativo a qualidade do colgeno, que est presente nos ligamentos que sustentam essa regio e que tem a parte gentica como fator de risco", disse Alexandre Fornari.
Afirmou que, nas mulheres, o mais comum ter incontinncia urinria a partir dos 45 anos ou 50 anos. Nos homens, quanto mais idosos e com mais problemas de prstata, maior a incidncia.
Tratamento
O primeiro o para o tratamento, “e mais importante de todos”, segundo o especialista, ver qual o tipo de incontinncia urinria. Considerando o mais comum, que seria a bexiga hiperativa, o tratamento pode ser com fisioterapia e medicao, “que resolvem 85% dos casos”. Nos casos em que esses dois tratamentos no funcionem, pode-se fazer aplicao de botox na bexiga ou implante de um marcao nesse rgo.
Quando problema de prstata, recomenda-se medicao ou alguma cirurgia. No caso de incontinncia urinria de esforo, que d mais em mulheres, o tratamento fisioterapia ou cirurgia, quando se coloca uma tela embaixo da uretra para dar sustentao e melhorar o funcionamento do msculo esfincter, que no estava segurando a urina.
O coordenador do Departamento de Disfuno Miccional da SBU orientou que tanto mulheres como homens, que estejam sendo afetados pelo distrbio da incontinncia urinria, devem procurar um urologista, que o mdico especialista no trato urinrio.
“So treinados para fazer tratamento de todos os tipos de incontinncia, seja por causa neurolgica ou de esforo. O profissional mais adequado seria, realmente, o urologista, que vai indicar o tratamento correto para aquele paciente.”
Cura
Fornari assegurou que a incontinncia na mulher tem cura. “Tem como ficar seca. s vezes, o caminho um pouco mais comprido. s vezes, precisa fazer cirurgia, s vezes algumas sesses de fisioterapia j resolvem. Outras vezes, tem que botar um marcao para a bexiga.”
Na avaliao do mdico, muito difcil que se tenha alguma situao que o especialista no consiga resolver. Nesse caso, destacou que existem vrias formas de amenizar o impacto da incontinncia, incluindo produtos como fraldas, absorventes, dispositivos implantveis. “H muitas coisas que se pode fazer para melhorar a situao quando no tem cura. Mas difcil que no se consiga resolver a incontinncia urinria”, destacou.
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