Um estudo do Sindicato dos Auditores da Receita Federal (Sindifisco), divulgado nesta sexta-feira (12), mostra que, se a tabela do imposto de renda fosse corrigida, considerando o acumulado da inflao desde 1996, cerca de 29,1 milhes de contribuintes estariam isentos (leia mais abaixo)
O Sindicato aponta que uma defasagem na tabela do Imposto de Renda Pessoa Fsica (IRPF) no Brasil, que, pelos clculos da entidade, chegou a 149,56%.
Para fazer o clculo, o Sindicato levou em considerao a inflao do ano ado, que foi de 4,62%, de acordo com IBGE.
O governo ampliou a faixa de iseno para quem ganha at dois salrios mnimos, mas manteve sem correo as outras faixas. Na prtica, isso faz com que mais gente pague o imposto de renda.
O limite de iseno agora para quem ganha at R$ 2.112,00. Se o governo tivesse corrigido integralmente o limite de iseno, s aria a pagar imposto de renda quem recebe mais de R$ 4.899,69, segundo a projeo da entidade.
Segundo o diretor de Assuntos Tcnicos do Sindicato, Marcelo Lettieri, a classe mdia mais baixa a mais prejudicada, quando no tem correo da tabela. “Se o trabalhador tiver reajuste s para repor a inflao, a a pagar mais imposto s pelo fato de a tabela no ser corrigida pela inflao”, explica.
O limite de iseno vem caindo ao longo dos anos. Em 1996, quem ganhava at nove salrios mnimos no pagava imposto de renda. Em 2006, a iseno ou a valer para quem ganhava pouco mais de quatro salrios mnimos. Em 2016, s ficou livre do leo quem ganhava 2,16 salrios mnimos.
Em 2023, apenas o limite de iseno foi ajustado, ando de R$ 1.903,98 para R$ 2.112, representando uma taxa de correo de 10,93%
Atualmente, o nmero de pessoas isentas sem a correo da tabela do imposto de renda de 14,6 milhes de pessoas, segundo o levantamento do Sindifisco. Se a correo fosse totalmente aplicada, esse nmero dobraria, chegando aquele patamar de 29,1 milhes de contribuintes.
Lettieri defende que a proposta da reforma tributria do imposto de renda uma grande oportunidade para mudar as regras do sistema tributrio que ela quer. “ possvel cobrar um um pouco mais dos mais ricos e aliviar a classe mdia espremida neste meio”, afirma o diretor do sindicato.