O Estado de Israel suspendeu a emisso de vistos para funcionrios da Organizao das Naes Unidas (ONU) atuarem no pas depois das crticas do secretrio-geral da entidade, Antnio Guterres, ao do pas na Faixa de Gaza.
A informao foi divulgada nesta quarta-feira (25) pelo embaixador de Israel na ONU, Gilad Erdan, em entrevista para uma rdio do Exrcito Israelense, segundo informou a agncia RTP Notcias.
“Perante as suas declaraes sobre Israel e os palestinos, recusamo-nos a fornecer vistos aos representantes da ONU. J recusamos um visto ao secretrio-geral adjunto para os Assuntos Humanitrios, Martin Griffiths”, afirmou o embaixador.
O desentendimento entre Israel e Guterres ocorreu aps fala do secretrio-geral da ONU na sesso do Conselho de Segurana desta tera-feira (24). O chefe da ONU afirmou que “as queixas do povo palestino no podem justificar os ataques horrendos do Hamas. E esses ataques horrendos no podem justificar o castigo coletivo do povo palestino.”
Guterres acrescentou que h “graves e claras” violaes do direito humanitrio internacional em Gaza e que “os ataques do Hamas no se produziram em um vazio. O povo palestino est submetido h 56 anos a uma ocupao sufocante e tem visto sua terra devorada pouco a pouco por assentamentos [israelenses]”.
Israel interpretou que a fala buscou justificar os atos do Hamas no dia 7 de outubro, quando este grupo invadiu o pas deixando mais mil mortos e fazendo mais de 200 refns. “Cada pessoa entendeu muito bem que ele culpava Israel, ou pelo menos demonstrou compreenso pelo massacre”, afirmou Erdan.
O episdio levou o chanceler de Israel, Eli Cohen, a cancelar um encontro que teria com Guterres. Alm disso, o embaixador de Israel na ONU pediu a demisso do secretrio-geral das Naes Unidas.
Nesta quarta-feira (25), Guterres negou ter justificado os ataques do Hamas. “Estou chocado com as deturpaes feitas por alguns sobre minha declarao como se eu estivesse justificando os atos de terror do Hamas. Isso falso. Foi o contrrio”, disse.
O Ministrio das Relaes Exteriores do Brasil demonstrou hoje apoio ao secretrio-geral da ONU. “O trabalho do secretrio-geral tem sido incansvel, tanto no aspecto humanitrio do conflito como na promoo do dilogo entre os membros durante a crise atual”, disse o chanceler brasileiro, Mauro Vieira, segundo publicao do Itamaraty em uma rede social.